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desde eu criança me ensinou que não se deve matar esperança. pequenas ou grandes, noturnas, quietas quase mortas - sempre ilesas. persegue as baratas, tritura a casca no crocante que o chinelo esfrega o piso. espanta cobreiros. horror aos sapos no vacilo da porta aberta boca da noite. ratos ela corre, mas enfrenta. aranha é ela quem me socorre porque eu mesma é que não. tem o olho vivo pra inseto e bicho de peçonha, não quer conta, nem dá sossego. mas esperança não, é sagrada. não sei se o nome, ou mesmo o verdinho inocente, ou mesmo se sempre a necessidade é tanta de agarrar qualquer fiapo de alguma que seja. desde eu pequena que vovó me ensina a enxergar e zelar por manter bem viva qualquer rastro de. ói ali uma esperança, ó. e de repente a casa toda parece se encher. a casa toda se abençoa ou algo assim desse tipo.




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